Soneto do amor improvável
Quando menos se esperava fez-se o riso
do silêncio e da inércia aplauso e canto
e da boca outrora muda em desencanto
um aceno e um convite ao paraíso.
Quem vivia há tempo em desespero
tendo olhos marejados de suplício
castigado com a dor do amor efêmero
incontente, amargurado, entregue ao vício.
Improvável, não mais que improvável
Fez-se alegre e doce, amigo e confidente
de solitário e esquecido, agora amável.
A esperança renasceu sem medo
da insegurança se revelou o segredo
que do amor se espera o improvável.
Evan do Carmo 23/03/2014