Em 1922, 11 anos antes de Hitler se tornar Chanceler da Alemanha e implantar um regime totalitário, o físico Albert Einstein enviou uma carta a sua irmã mais nova, Maria (mais conhecida pelo apelido “Maja”), em que alertava do perigo do antissemitismo. A carta, até então desconhecida por especialistas, veio a público graças a um colecionador anônimo e foi arrematada por US$ 39,3 mil em um leilão organizado em Jerusalém na última terça-feira (13) (você pode ver uma imagem
Naquele ano, Walther Rathenau, judeu, amigo de Einstein e ocupante de um cargo equivalente ao de ministro das Relações Exteriores, havia sido assassinado por paramilitares de extrema-direita. Rathenau era tudo que os Nazistas não gostavam: defendia a democracia e a inclusão dos judeus na sociedade; era dono de um império industrial; queria manter boas relações comerciais e diplomáticas com os soviéticos e desejava que a Alemanha cumprisse as sanções feitas pelos aliados no Tratado de Versalhes após a Primeira Guerra.
Einstein, que estava começando a ganhar projeção como ativista, percebeu que também estava na mira e fugiu de Berlim. Se abrigou no norte do país. “Aqui, ninguém sabe onde eu estou. Todos pensam que estou viajando”, diz o documento inédito, escrito à mão em agosto de 1922. “Estes são tempos negros para a política e a economia, então eu estou feliz de poder fugir de tudo.”