Em algum lugar do passado
você ficou,
ou foi o contrário,
fiquei eu,
diante do abismo do não,
talvez ficamos ambos
invisíveis, naquela foto
que tiramos juntos
naquele abraço interrompido
pelo receio da consequência
naquela dança ensaiada
na caminhada à noite
sob à lua de setembro
nas pedras centenárias
da cidade morta
naquele beijo irreprimível
Em algum lugar do passado
preferimos o silêncio
o acaso escolheu a inércia dos corpos
e o calafrio das mãos
o quase sim da alma em desespero,
preferimos a calma e o conforto
a covardia racional
fugimos do mundo de Dante
restou a prosa proustiana
sem ciúmes, sem vida,
sem morte, sem poesia.
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