A LUA E NÓS
A noite é de lua minguante
Um escuro quase absoluto
Cobre o meu mundo
Meus pensamentos são de saudades
Mas não são de solidão.
Ainda posso ver, como num espelho,
Seus olhos fixos em nós.
Pois a tenho na mente e na lembrança constante
O som da sua voz em tom dissonante.
Me conta segredos, me faz juras de amor
Nem a morte separa de fato dois amantes.
Ela não está comigo, e sei que nunca a terei outra vez.
O vento sobra violentamente, vindo do norte,
Escondendo a lua,
A esperança, assim como a lua, se esvai de mim.
Minha alma não contem o desespero
De não a tê-la como um dia a tive
Mas o meu coração ainda a procura
Nos escombros das noites vividas
Nos beijos molhados de reciprocidade.
A lua se vai, eu fico nas sombras
Do passado,
Agora não tenho mais, nem ela nem a lua,
Só a noite escura me pertence.
Evan do Carmo